quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Reflexões...


O mundo está ao contrário? ninguém reparou?
Tudo na vida é uma questão de percepção...
E me permitam tentar refletir sobre a realidade que buscamos representar através de elegorias, simbologias carnavalizadas, como diria Warat...
O mundo está ao contrário... Em que ângulo?
Ou somos nós que estamos ao contrário?
Visões distorcidas de um eu que nega o outro
e o direito do outro, ser ele mesmo...
Somos e existimos enquanto sujeitos na troca com outro sujeito,
Que nos atravessa, e nesse encontro, não somos mais os mesmos, nunca mais...
Mas nossas visões e percepções distorcidas, míupes, não nos permitem refletir a realidade...
Verdade é um conjunto de representações carnavalizadas, repletas de alegorias que tentam explicar o que ainda não compreendemos.
Então passamos a representar... Isso não é o que é, mas aquilo que eu digo (ou penso) que significa...
E prometemos, trocamos, juramos simbolos com pesos e medidas diferentes...
Conforme a carga de subjetividades e de encontros de cada sujeito...
Eu te amo, tu me amas? Amo!
Mesmo um sim ou uma jura, não valem a mesma coisa, representam visões diversas, pelo menos duplices, sobre o amor...
Pedro, tu me amas? Amo!
mas antes do cantar do galo Pedro negou-o por três vezes... mas Pedro o amava, como pode então negá-lo???
Amor, amizade, direito, dignidade, famíla, justiça... valores com alta carga de subjetividade...
O meu amor não é o teu amor...
enquanto simbolos, representam valores diferentes...
Mas eu quero que tu me ames, em que medida? Nem mesmo sei...
A visão do eu e do outro também não são as mesmas...
Não amamos o outro, mas a representação que fizemos dele...
Daí negarmos o direito do outro ser ele mesmo...
E quando ele insiste em ser o que ele acredita ser ele mesmo, não o amamos mais!
Nos iludimos e desiludimos com tanta facilidade...
Porque para nós, também os valores com que compomos a representação do amor tem peso, relativo...
O que eu amo?? Você algum dia me amou?? Eu me amo???
Quem sou eu?? Quem realmente eu sou??
Só me descubro na troca com o outro, mas para trocar, preciso vestir uma mascara para que este outro também me aceite...
Logo, não sei quem sou, muito menos quem o outro é.
Que personagem eu sou??? Eu sou ou estou assim???
O que busco? Já amei?? O que é real??? O que é irreal????
Real e realidade, lá vem Lacan...
Somos a medida de todas as coisas... E não conhecemos nossa própria medida...
O mundo está ao contrário e ninguém reparou?
Ou sou eu que fui colacada de cabeça pra baixo? 
Ou ainda, me coloquei?
De certo, a madrugada serve para isso... propiciar devaneios filosóficos que beiram uma confissão lunática!
Filósofos e loucos estão certos... então me permitam ser só(crática):
De tudo, só sei, que nada sei!!!




AMW - Fênix!

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