quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um dia entenderei...

Hoje não compreendo bem a escuridão da noite...
Na madrugada vou compondo uma poesia de solidão,
Refletindo  sobre o que... um dia... entenderei.

Armas a postos e armadura também,
em vão tento me proteger do meu destino...
Nas batalhas que enfrento,
toda vez que acredito nas falsas palavras de Dulcineia...

Minha linda Dulcineia, das promessas de amor...

Sofro...
Vendo alucinações  de dragões e castelos em moinhos de vento.... que não posso vencer.
Enlouqueci? Quiçá...

Meu lado Dom Quixote não se cansa de sonhar,
Mas meu corpo, minha alma,
Trazem marcadas as desilusões dos sonhos de felicidade, transformados em pesadelos de realidade...

Um dia quem sabe eu entenda...
Dulcineia,
Que promessas não são feitas para serem cumpridas...
Pois não seriam promessas.
Que máscaras caem, desmoronam mesmo sem querer...
Nos chocando quando vemos o desconhecido.
Que amizades se perdem
E amores... também,
Que nem sempre vale a pena a confiança distribuída,
E que sofrer,
Faz parte de ser alguém...
Que o mundo não pára para chorar nossas dores,
E nossas lágrimas não param, só porque os olhos secaram de chorar...

Quem sabe, um dia, eu entenda... Dulcineia,
Só não sei, se poderei, entendendo... aceitar.


AMW - Fênix!

sábado, 22 de janeiro de 2011

ESCOLHAS

Seguir em frente, ou repousar debaixo de árvore frondosa?
O horizonte convida... o cansaço também.
Seguir sozinha, ouvindo os próprios pensamentos e o vento... apreciar a paisagem, o caminho, buscando chegar a algum lugar...
Estacionar, ficar... beira de caminho...
Destino certo... só, a morte!
Percorro a estrada... e nela, por vezes, me encontro, me perco... num jogo de descobertas e fracassos, lutas e vitórias...
O fim: o horizonte... o céu nem sempre azul, as vezes orvalhado por gotas de chuva, que molham a terra que me permite trafegar...
Daqui, me transporto... não voo, as vezes ando, noutras creio flutuar... por vezes, corro, numa ânsia louca de chegar...
Onde? Ali... Logo depois da curva, naquele ponto que ainda não conheço, mas que, no íntimo, sei que existe...
O que vou encontrar? Não sei...
Sou o caminho e o andarilho, me confundo com a paisagem e avanço...
Sou o destino e o começo, num eterno devir, (re)começar...
Estrada e viajante, início e fim de eu mesma,
me (re)conheço no começo de outra trajetória.
Horizonte a frente, melhor não olhar para trás, seguir...
Incrível como as dores passam, ficam, como as paisagens, imóveis, a beira do caminho...
Feliz quem encontra alegria em si mesmo numa viagem que nunca se encerra na descoberta do que existe depois da curva...


AMW- Fênix!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Confissão

Tudo o que eu queria, agora, era te fazer sangrar...
teus olhos verterem lágrimas de sangue...
te afogar na dor...
que sinto....
Quisera te ferir...
para saber se tu és humano...
para esconder o amor, que se sente, humilhado...
em cólera!!!
Mas ainda são minhas, as lágrimas que correm.
Ainda sou eu, que sangro... enquanto desfilas, compassivo...
De tudo o que sinto,

só a raiva me mantém em pé...
preciso continuar... seguir...
chegar, aonde? Não sei!
Aqui, parada, frente ao dia que vai raiar,
ainda vejo as fotos antigas,

de um dia que.... já passou,
onde tu sorriu...
promessas de alegrias... eternas,
enquanto, roubou-me, sem remorsos, a alma...
Ingénua ou orgulhosa eu fui?
Acreditei que eu te devolverá a luz dos olhos,
e tu me atiravas na mais profunda escuridão dos meus dias... sem piedade!!!
Cega, ainda, de dor, confesso:
O que queria, agora, é te ferir,

 te ver sangrar,
assim saberia se ainda és humano!!!
quem sabe??!
descubra, ao rasgar-te em pedaços,
que dentro de ti, ainda existe...

uma alma? um coração?


AMW-Fênix!