Quis sufocar a menina que há em mim, com os orgasmos da mulher que insaciável,
deliciou-se em braços que não lhe pertenciam, por mais de uma noite...
E ao acordar, linda e segura, qual loba devoradora seguir rumo ao próximo prato,
O próximo dia, com alegria da satisfação dos instintos consumidos em gemidos que nada sentiram senão o prazer do momento.
Quis não sentir a lágrima amarga, que teimou em visitar meus olhos cerrados, no prazer incontido do encontro com a pele do estranho que me teve pela metade...
Queria ser inteira ali e ficar, mas não posso... não é sábio nem prudente.
Parece que ninguém quer nada profundo, pleno, inteiro...
só a profano segundo do gozo, e a estranha despedida sem toques ou remorsos, sem até logo.... sem logo mais...
O raso momento da satisfação profana, insana.
E de tantos braços e abraços vazios, queria estar farta!
E farta, não desejar mais que isso, contentar-me em números, já que ao menos, posso tê-los...
Mas como? Como sufocar a menina que sonha?
Como acalmá-la na noite sombria? Porque é tão difícil satisfaze-la,
se tudo que ela quer é o aconchego de um colo seguro para dormir e amanhecer feliz??
Segurança em dias de vazio, ingenuidade.... Segurança é a infeliz certeza de que o amanhecer chega, o estranho se vai, o corpo satisfeito dorme, e a alma, vazia, tem fome... de amor.
Tentei em vão sufocar a menina que há em mim, no prazer profano de uma noite insana. Ela chorou.