sábado, 9 de junho de 2012

Conversa.


Por quê choras menina?
De onde a tristeza em seus olhos? 
Que dor te contamina...
Para onde foi tua sorte?


- É que, moço, mais uma vez estou diante da morte…


O que morreu menina? 
Não entendo…


- Ah, moço… nem eu compreendo...
minha semente, está ali, nem sei
Ela jás sepultada, 
na cova rasa onde plantei.
 Outra vez acreditei
 que seria diferente dessa vez,
 mas de novo e outra vez, 
morreu sem fecundar o chão.
 Nem nasceu, nem floreceu,
 morreu enterrada no coração.
Eu andava tão contente, cuidava dela todo dia, aguava, dava calor…
 Ansiava com alegria
cultivar a flor do amor...
Admirá-la enquanto crescia.
acho que de tanto cuidar,
de tanto eu o querer, 
meu amor,
moço... meu amor não quiz nascer.
O jardineiro vendeu a semente,
 prometeu que  vingaria...
 me encantou, disse ser especial, paciente 
e que sem limites, para todo o sempre, daria consultoria…
Não resisti à semeadura, acreditei nessas palavras, 
abri o coração sem medos e planteia em cova rasa.


Ah, menina, não sabes, que para nascer flor a semente precisa morrer?


- Mas há aquelas que não germinam moço… por quê isso será? 
Nem chorando querem nascer...
A gente cuida, quer tanto, mas não vinga, não dá! 
Será defeito na semente, o que meu Deus, faltará? 
Por onde anda o jardineiro, 
que vendeu a semente e me prometeu cuidar?
Abandonou meu coração ao léu.
Outra coisa não podia dar…
(suspiro)...
Será culpa do destino,
ou é  de meu coração que não serve para amar?


Não se entristeça menina, é inútil chorar
 amores vem e vão... 
Você ainda verá... Não te inquietes
Coração com tantas sementes sepultadas, 
De tantas e tantas histórias gravadas...
É terra fértil onde novas sementes,
 em breves tempos, florescerão.


AMW - Fênix!

Um comentário:

  1. Andréa,... parceira de prosa e poesia,... acabei de ler essa sua linda 'Conversa'. Adorei. Você, como sempre, nos brindando com poemas maravilhosos. Fico feliz também por isso. Beijos, minha amiga!

    ResponderExcluir