Por quê choras menina?
De onde a tristeza em seus olhos?
Que dor te contamina...
Para onde foi tua sorte?
- É que, moço, mais uma vez estou diante da morte…
O que morreu menina?
Não entendo…
- Ah, moço… nem eu compreendo...
minha semente, está ali, nem sei
Ela jás sepultada,
na cova rasa onde plantei.
Outra vez acreditei
que seria diferente dessa vez,
mas de novo e outra vez,
morreu sem fecundar o chão.
Nem nasceu, nem floreceu,
morreu enterrada no coração.
Eu andava tão contente, cuidava dela todo dia, aguava, dava calor…
Ansiava com alegria
cultivar a flor do amor...
Admirá-la enquanto crescia.
acho que de tanto cuidar,
de tanto eu o querer,
meu amor,
moço... meu amor não quiz nascer.
O jardineiro vendeu a semente,
prometeu que vingaria...
me encantou, disse ser especial, paciente
e que sem limites, para todo o sempre, daria consultoria…
Não resisti à semeadura, acreditei nessas palavras,
abri o coração sem medos e planteia em cova rasa.
Ah, menina, não sabes, que para nascer flor a semente precisa morrer?
- Mas há aquelas que não germinam moço… por quê isso será?
Nem chorando querem nascer...
A gente cuida, quer tanto, mas não vinga, não dá!
Será defeito na semente, o que meu Deus, faltará?
Por onde anda o jardineiro,
que vendeu a semente e me prometeu cuidar?
Abandonou meu coração ao léu.
Outra coisa não podia dar…
(suspiro)...
Será culpa do destino,
ou é de meu coração que não serve para amar?
Não se entristeça menina, é inútil chorar
amores vem e vão...
Você ainda verá... Não te inquietes
Coração com tantas sementes sepultadas,
De tantas e tantas histórias gravadas...
É terra fértil onde novas sementes,
em breves tempos, florescerão.
AMW - Fênix!
Andréa,... parceira de prosa e poesia,... acabei de ler essa sua linda 'Conversa'. Adorei. Você, como sempre, nos brindando com poemas maravilhosos. Fico feliz também por isso. Beijos, minha amiga!
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